Sabia que em cada dia 8 de novembro se celebra o Dia Mundial do Urbanismo? O seu objetivo é promover o planeamento urbano nas nossas cidades que contemple a sustentabilidade como o seu eixo central.

O crescimento da concentração humana nas cidades e o aumento de habitações e tráfego em zonas urbanas são fenómenos sociais a que estamos a assistir há décadas, e para os quais o planeamento urbano tem que dar soluções. Mas não vale qualquer solução.

À medida que as cidades crescem, mais necessidades e desafios nos são apresentados, e o meio ambiente é indubitavelmente prejudicado por isso, o que não nos podemos permitir na sociedade atual. O facto de as cidades estarem a crescer não é um problema em si; apenas precisam de se expandir e evoluir, pensando cada vez mais em termos de modelos de Smart Cities, baseados na colaboração dos cidadãos, no planeamento, na criatividade e logicamente, aproveitar a tecnologia para serem mais sustentáveis. Só deste modo é que se consegue uma inovação urbanística e social que crie a eficiência necessária nas cidades.

Como é que podemos conseguir uma cidade mais sustentável através do planeamento urbano?

Construção de zonas recreativas ou ‘ambientes saudáveis’.

Cada vez se concentram mais pessoas nas cidades, o que gera uma alta concentração de pessoas em zonas muito concretas, onde o meio ambiente fica prejudicado e, por conseguinte, a qualidade de vida dos seus habitantes.

Com espaços saudáveis referimo-nos a zonas como parques, praças ou qualquer tipo de áreas recreativas urbanas que ajudem a dissipar as concentrações populacionais. Neste sentido, embora o planeamento urbano desempenhe um papel fundamental, também é necessário que as pessoas tomem consciência. Um grande exemplo na cidade de Valência é o antigo leito do Rio Turia, um espaço verde de quase 10km de comprimento que percorre o centro da cidade e garante um pulmão de oxigénio a todos os seus habitantes.

 

Edificação de habitações

Como mencionámos anteriormente, cada vez se concentram mais pessoas nas cidades, pelo que é necessário expandir as zonas urbanizáveis. O problema é que por vezes não há outro remédio que não seja edificar em áreas próximas de infraestruturas como estradas, vias férreas, aeroportos ou zonas industriais. Qualquer um destes cenários introduz diferentes fatores de risco que prejudicam significativamente a qualidade de vida das pessoas que ocupam essas zonas.

Neste sentido, uma das decisões que devem estar incluídas no planeamento urbano é a instalação de barreiras acústicas nas urbanizações em que um estudo acústico determine que são zonas suscetíveis de ruído excessivo.

Mobilidade urbana

Num post recente falámos de soluções de mobilidade e segurança em ambientes urbanos, dado que os problemas e desafios de circulação estão a começar a emergir como uma prioridade para os gestores das cidades.

Com efeito, muitas cidades estão a adaptar-se a novas fórmulas de mobilidade sustentável. Por exemplo, há muitos anos que está a ser fomentada uma consciência mais sustentável relativamente à mobilidade urbana através do uso de bicicletas.

Isto reflete-se no facto de a maioria das cidades ter em funcionamento um reordenamento urbano que inclui um plano ambicioso de implantação de ciclovias.

Por outro lado, o fenómeno social das trotinetes elétricas veio para ficar. Atualmente as trotinetes circulam pela ciclovia, mas quem sabe se no futuro se planearão traçados urbanísticos específicos, tendo por objetivo garantir a diferenciação de veículos e a segurança na mobilidade urbana. É precisamente a este tipo de questões que se pretende dar visibilidade e promoção com o Dia Mundial do Urbanismo.

A inovação através da conceção urbanística: o impulso para a cidade sustentável

A ao longo do artigo falámos-lhes em termos de ‘planeamento urbano’. Não obstante, o verdadeiro motor que permite um desenvolvimento sustentável baseado nas características de uma Smart City é a conceção para a inovação social ou ‘conceção social’.

Inovação e urbanismo por intermédio da World Design Organization (WDO)

A World Design Organization é uma organização que se dedica à promoção da conceção industrial como uma profissão capaz de gerar produtos e infraestruturas que ajudem a criar uma sociedade melhor, com especial foco no meio ambiente.

A WDO reconhece as cidades pelo seu uso efetivo da conceção para estimular o desenvolvimento económico, social, cultural e ambiental, entre as quais se inclui Valência como Capital Mundial da Conceção 2022.

O objetivo desta iniciativa é converter a conceção numa ferramenta de desenvolvimento social e económico sustentável. Neste sentido, a conceção é fundamental para melhorar a qualidade de vida das pessoas e atuar como um agente da mudança. Trata-se de encontrar e reunir propostas criativas que sejam capazes de dar relevância à conceção social e à inovação urbana.

Além disso, embora pelo nome do projeto pareça que tudo começou em 2022, isso não é verdade. O mero facto de Valência já ter sido escolhida como futura Capital Mundial da Conceção, já está a provocar sinergias coletivas para dar visibilidade aos problemas que preocupam nas zonas urbanas, tendo em vista dar-lhes soluções trabalhando do local para o global.

O melhoramento do ambiente implica a investigação e o desenvolvimento de novas fórmulas urbanísticas, às quais a conceção social é capaz de dar respostas que beneficiem os grupos. Não há dúvida de que as nossas cidades estão a mudar para melhor, graças a propostas transcendentais repletas de criatividade, conceção e inovação.